Projeto apresentado pela Prefeitura custará R$ 150 milhões a mais que o idealizado pelo Corinthians
Projeto da reforma do Pacaembu proposto pela Prefeitura
A concessão do Pacaembu pelo Corinthians ganhou um impasse na última terça-feira, em audiência pública na Câmara Municipal.
Após a entrega do relatório da subcomissão que deu parecer favorável à concessão do estádio à iniciativa privada, um projeto de reforma foi apresentado pelo secretário de Esportes e Lazer, Walter Feldman. O novo documento prevê gastos de R$ 250 milhões com o Pacaembu, superior aos R$ 100 milhões estipulados pelo clube.
O secretário teve a iniciativa porque, segundo ele, o projeto corintiano não atende às expectativas da Fifa nem dos moradores do bairro, que são contrários à concessão para a iniciativa privada. As inovações estão na modernidade e na preocupação com estacionamento.
– A proposta do Corinthians é de melhoria parcial. A cobertura é incompleta, não tem estacionamento... Do jeito que está, o Pacaembu é uma alavanca para a deterioração do bairro – disse Feldman.
O projeto da Prefeitura, iniciado há um ano e meio pela construtora Odebrecht, atende às exigências da Fifa. O estádio, com capacidade para 45 mil pessoas, terá anel fechado na arquibancada, estacionamento subterrâneo (com 4,8 mil vagas), extensa e moderna sala de imprensa, zona mista, camarotes, restaurante e salas de convenções. O campo seria rebaixado para ampliação e melhora da visão das cadeiras inferiores.
Além de facilitar o acesso pelas vias do entorno, o revestimento será acústico, já que o barulho é uma das reclamações dos moradores do bairro. A concessão, agora, precisa ser aprovada pelo prefeito Gilberto Kassab que, então, encaminhará o projeto de lei para ser votado na Câmara. Aprovado, seria iniciada a licitação.
O problema é que o Corinthians, que exige um prazo de 60 dias para aprovação de concessão com o seu projeto, afirma que não pode arcar com gastos de R$ 250 milhões.
– Para isso, só usando dinheiro público – diz o diretor de marketing do clube, Luís Paulo Rosenberg.
Pela proposta inicial, o Corinthians teria a concessão por 30 anos, com possibilidade de mais 30, e a reforma seria bancada com a venda de cadeiras, publicidade e camarotes. O presidente Andrés Sanchez, porém, prefere construir uma nova arena multiuso, de preferência iniciada em 2010, ano do centenário.
Detalhe: o Corinthians, por enquanto, foi o único clube que cogitou ter a concessão do Pacaembu.
– O estádio exige uma quantia de jogos considerável melhorar a performance financeira em decorrência do investimento. E só é possível fazer isso se houver um clube fixo jogando lá – diz o secretário.
Para Feldman, uma alternativa para o impasse com o Corinthians é usar recursos do BNDES.
– Mas é um caminho difícil, em um local cujo valor principal é o futebol. E a cidade é empresarial, não poderia pensar assim.
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